O Matrimônio "desonrado" de D. Fernando e Da. Leonor Teles (1383)

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Resumo

O casamento foi utilizado no Medievo para estabelecer acordos entre os reinos e as linhagens, e para a manutenção do status quo. As relações políticas definidas a partir do matrimônio ganham destaque em Portugal durante o Movimento de Avis (1383-1385), a aliança política entre os reinos luso e castelhano realizada por D. Fernando, ao casar sua única filha D. Beatriz com D. Juan I de Castela fomentam ações políticas, e é utilizada pela dinastia de Avis para legitimar a ascensão de D. João I, ao trono português. Em Portugal a união matrimonial era um assunto público, que ganhou maior notoriedade a partir da dinastia de Avis, que contratou Fernão Lopes, como cronista oficial do reino, com o objetivo de promover uma memória coesa, coerente, ordenada e edificante sobre os fatos que possibilitaram a ascensão régia do Mestre de Avis. As constituições matrimoniais lopesianas são dualistas,  ou seja, classificam a união como honrada ou desonrada. Assim, ao empregar argumentos para validar seu discurso, o cronista-historiador qualifica o casamento entre D. Leonor Teles e D. Fernando (dinastia de Borgonha) como uma união de “má fama” (desonrada).  

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Publicado

2025-09-29

Como Citar

Rabelo Pereira, C. (2025). O Matrimônio "desonrado" de D. Fernando e Da. Leonor Teles (1383). Revista Diálogos Mediterrânicos, (28), 17–38. Recuperado de https://www.dialogosmediterranicos.com.br/RevistaDM/article/view/494

Edição

Seção

Dossiê "Vínculos de poder: o matrimônio enquanto ferramenta política na Idade Média"