O princeps Otávio Augusto e a sua trajetória no poder romano: considerações sobre suas funções no consulado e no senado (I AEC – IEC)

Autores

  • Carlos Eduardo da Costa Campos Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.24858/339

Palavras-chave:

História Antiga, Principado de Augusto, Roma Antiga

Resumo

As ações do princeps Otávio Augusto eram aceitas na medida em que ele mantinha, em sua trajetória política, uma aparência sobre o seu comportamento e respeito aos valores tradicionais, tornando-os de conhecimento público, assim como se absteve de ofender o percurso político e memória dos cidadãos mais antigos de Roma. Por isso, é essencial levarmos em consideração os níveis que estamos analisando. Afinal, em um recorte temporal encontramos fissuras, inovações e continuidades, pois algumas mutações podem ocorrer de uma forma mais lenta que outras e valendo-se das tradições da sociedade. Em pesquisas que envolvem um período de transição, como o Principado de Augusto, devemos ter cuidado com relações binárias de oposição e, assim, investir em categorias reflexivas que nos possibilitem ter uma visão conjuntural da sociedade. Em nossa concepção, duas chaves políticas eram importantes para Augusto garantir a sua governabilidade: o respeito à tradição e o prestígio político-social. Nesse sentido, debateremos sobre a função consular e senatorial para a legitimidade augustana.

 

Biografia do Autor

Carlos Eduardo da Costa Campos, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Professor Adjunto do Curso de História da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (CPCX). Coordenador do Espaço Interdisciplinar de Estudos da Antiguidade - ATRIVM / UFMS.

Referências

Referências:

Documentação

CASSIUS DIO. Roman History. 9 vols. Loeb Classical Library. Trans.: Earnest Car. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1914-1927.

CESAR AUGUSTO. Res Gestae (Coisas Feitas). Tradução: Matheus Trevizam, Paulo Sérgio Vasconcellos, Antônio Martinez Rezende. Belo Horizonte – Mg: Ed. UFMG, 2007.

_____. Res Gestae Divi Augusti. Trad.: John Scheid. Paris: Belle Lettres, 2007.

CICERÓN. La République. Tome I : Livre I.Texte établi et traduit par : Esther Bréguet. Paris: Belle Lettres, 1921.

_____. La République. Tome II: Livre II-VI.Texte établi et traduit par: Esther Bréguet. Paris: Belle Lettres, 1982.

_____. Philippics I-XIV. Trans: C. A. Ker.London: William Heinemann Ltd. 1926.

_____. The Orations of Marcus Tullius Cicero. Trans: C. D. Yonge, B. A. London. Henry G. Bohn. York Street: Covent Garden, 1856.

EHRENBERG, Victor; JONES, A. H. M. Documents illustrating the reigns of Augustus & Tiberius. Oxford: At the Clarendon Press, 1949.

POLYBIUS. Histories. Trad.: Evelyn S. Shuckburgh. Londres; Nova Iorque; Bloomington, Indiana University Press, 1962.

PÚBLIO OVÍDIO NASÃO. Fastos. Ed. Bilíngue.Trad.: Márcio Meirelles Gouvêa Júnior Belo Horizonte, Autêntica Clássica, 2015.

SUETONIO. Vida de los Doce Cesares. Trad.: Rosa Maria Cubas. Madrid: Editorial Gredos, 1992.

_____. Vida do Divino Augusto. Trad.: Matheus Trevizam, Paulo Sérgio Vasconcellos, Antônio Martinez Rezende. Belo Horizonte – Mg: Ed. UFMG, 2007.

_____. Lives of the Caesars. Trans.: Catherine Edwards. Oxford: Oxford University Press, 2008.

TACITE. Annales. Tome I. Livres I – III. 1re éd. 3. Texte établi et traduit par Pierre Wuilleumier. Paris: Les Belles Lettres, 2003.

_____. Annales. Tome II. Livres IV – VI. 1re éd. 3. Texte établi et traduit par Pierre Wuilleumier. Paris: Les Belles Lettres, 2003.

_____. Annales. Tome III. Livres XI – XII. 1re éd. 3. Texte établi et traduit par Pierre Wuilleumier. Paris: Les Belles Lettres, 2003.

_____. Annales. Tome IV. Livres XIII – XVI. 1re éd. 5. Texte établi et traduit par Pierre Wuilleumier. Paris: Les Belles Lettres, 2003.

_____. Dialogue des orateurs. 1re éd. Texte établi par Henri Goelzer et traduit par Henri Bornecque. Paris: Les Belles Lettres, 1947.

_____. Histoires. Tome I. Livre I. 1ère éd. 2. Texte établi et traduit par Pierre Wuilleumier et Henri Le Bonniec, annoté par Joseph Hellegouarc’h. Paris: Les Belles Lettres, 2002.

- Bibliográfica

ALFOLDY, Géza. A História Social de Roma. Lisboa – Port., Editora Presença, 1989.

BÉRANGER, Jean. Principatus: Edudes de notions et d’ histoire politiques dans l’ Antiquité gréco-romaine. Genova, Librairie Droz S. A., 1975.

BONNEFOND-COUDRY, Marianne. Le princeps senatus: vie et mort d'une institution républicaine. Mélanges de l'Ecole Française de Rome. Antiquité, T. 105, n°1, Paris, 1993.

BUNSON, Mathew. Encyclopedia of de Roman Empire. New York, Facts on File, Inc., 2002.

CAMPOS, Carlos Eduardo da Costa. Otávio Augusto e as suas redes político-religiosas nos quattuor amplissima collegia sacerdotum romanorum (29 AEC – 14 EC). Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017-a.

_____. Suetônio e a representação do nascimento apolíneo do princeps Augusto. In:_____; DIAS, Carolina Kesser Barcellos; SILVA, Semíramis Corsi. Experiências Religiosas no Mundo Antigo – V. II. Curitiba, Editora Prismas, 2017 – b, pp. 229 - 252.

CHAMPION, Craige B.; ECKSTEIN, Arthur. Introduction: The Study of Roman Imperialism. In: CHAMPION, Craige B [et. al.]. Roman Imperialism Readings and Sources. Massachussets - USA; Oxford- Inglaterra; Victoria – Austrália, 2008, pp. 1 – 15.

CHASTAGNOL, André. Le senat roman à l’ époque impériale. Paris, Les Belles Lettres, 1992.

COLLARES, Marco Antônio. Representações do senado romano na Ab Vrb Condita Libri de Tito Lívio: livros 21 – 30. Dissertação de Mestrado em História apresentada na Faculdade de História, Direito e Serviço Social – UNESP. Franca – SP, 2009.

CROOK, John. Consilium Principis, Imperial Councils and counsellors from Augustus to Diocletian. Cambridge, Cambridge University Press, 1955.

CROOK, J. A. Political History: 30 B.C to A.D. 14. In: BOWMAN, Alan; CHAMPLIN, Edward; LINTOTT, Andrew. The Cambridge Ancient History (Second edition), Volume X. Cambridge: Cambridge University Press, 1996, p.70-112.

DAREMBERG, C.; SAGLIO, E. (org.) Dictionnaire des antiquités grecques et romaines. Tomo 4 - Vol. 1. Paris, Librairie, 1877 1919.

DROGULA, Fred K. Imperium, Potestas, and the Pomerium in the Roman Republic. Historia, Zeitschrift für Alte Geschichte, Bd. 56, H. 4, 2007, p. 419-452.

ERSKINE, Andrew. Roman Imperialism - Debates and Documents in Ancient History. Edinburgh, Edinburgh University Press, 2010.

ESTEVES, Anderson de Araujo Martins. Nero nos Annales de Tácito. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras Clássicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2010.

FINLEY, Moses. Empire in the Greco-Roman World. Greece & Rome, Second Series, Vol. 25, nº.: 1, Apr. 1978, p.1-2.

FLOWER, Harriet. Roman Republics. Princeton, Princeton University Press, 2010.

GALINSKY, Augustan Culture: an interpretive introduction. Princeton, N.J., Princeton University Press, 1996.

GARNSEY, Peter Garnsey; SALLER, Richard. The Roman Empire: Economy, Society and Culture. London; New York, Bloomsbury Academic, 2014.

GALSTERER, Hartmut. A Man, a Book, and a Method: Sir Ronald Syme's Roman Revolution after Fifty Years. In: RAAFLAUB, Kurt A.; TOHER, Mark.; BOWERSOCK, G. W(org). Between Republic and Empire: Interpretations of Augustus and His Principate. California – USA, University of California Press, 1993, pp. 1 - 20.

GLARE, P.G.W. Oxford Latin Dictionary. Oxford, Oxford University Press, 1968.

GRIMAL, Pierre. Os Erros da Liberdade. São Paulo: Papirus, 1990.

____. O século de Augusto. Lisboa, Edições 70, 2008.

GRUEN, Erich S. Augustus and the Making of the Principate. In: GALINSKY, Karl [ed.]. The Cambridge Companion to The age of Augustus. Cambridge, Cambridge University Press, 2007, p. 33 – 51.

GUARINELLO, Norberto Luiz. O Império Romano e Nós. In: SILVA, Gilvan Ventura & MENDES, Norma Musco. Repensando o Império Romano: Perspectiva Socieconomica, política e cultural. Rio de Janeiro: Mauad; Vitória: EDUFES, 2006, pp. 13 – 19.

HÉRVAS, José Manuel Hervas. História de Roma I – La República Romana. Madrid, Ed. Cátedra, 1987.

HOWATSON, Margaret C. Oxford Companion to Classical Literature. Oxford: Oxford University Press, 2013. [Verbete, Consul. Edição Kindle].

JONES, Peter. The World of Rome. Cambridge, University of Cambridge Press, 1997.

KNOKE, David. Political Networks – the Structural Perspective. Cambridge, Cambridge University Press, 1990.

MAGALHÃES, Marici Martins. Avgvstales e outros collegia sacerdotais sob Avgvstus: testemunhos epigráficos na Campania. In: CAMPOS, Carlos Eduardo da Costa [et all.]. Caesar Augustus: entre práticas e representações. Vitória / Rio de Janeiro, DLL-UFES/UERJ-NEA, 2014, p. 153 – 72.

MAGDELAIN, André. Auctoritas principis. Paris, Les Belles Lettres,1947.

MOUSOURAKIS, George. A legal history of Rome. New York, Routledge, 2007.

PELLING, Christopher. The triumviral period. In: BOWMAN, Alan; CHAMPLIN, Edward; LINTOTT, Andrew. The Cambridge Ancient History (Second edition), Volume X. Cambridge, Cambridge University Press, 1996, p. 1- 69.

POLO, Francisco Pina. The Consul at Rome – The civil functions of the consuls in the Roman Republic. Cambridge – UK, Cambridge University Press, 2011.

PRIETO, Maria Helena de Teves Costa Ureña; PRIETO, João Maria de Teves Costa Ureña; PENA, Abel do Nascimento. Índices de nomes próprios gregos e latinos. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1995.

RAWSON, Beryl. Children and Childhood in Roman Italy. Oxford – UK, Oxford University Press, 2003.

RICH, J. W. Cassius Dio, The Augustan Settlement (Roman History 53-55.9). Warminster, Aris & Phillips, 1990.

_____. “Making the Emergency Permanent: Auctoritas, Potestas and the Evolution of the Principate of Augustus. In: RIVIÈRE, Y [ed.]. Des réformes augustéennes. Rome, École française de Rome, 2012, p. 37-121.

RUDICH, Vasily. Political Dissidence under Nero: the price of dissimulation. London; New York, Routledge, 1993.

SANT’ANNA, Henrique Modanez. História da República Romana. Petrópolis – RJ, Editora Vozes, 2015.

SARAIVA, F. R. dos Santos. Novíssimo dicionário Latino-Português. Etimológico, prosódico, histórico, geográfico, mitológico, biográfico e etc. Rio de Janeiro, Livraria Garnier, 1993.

SILVA, Amós Coelho; MONTAGNER, Airto Ceolin. Dicionário Latino-Português: Etimologia, Gramática, derivações e exemplos. Petrópolis – RJ, Ed. Vozes, 2009.

SMITH, Christopher. 65 – Julius Marathus. In: CORNELL, T. J. The Fragments of the Roman Historians. Vol.:1. Oxford-UK, Oxford University Press, 2013, p. 484.

SOUTHERN, Patricia. Augustus. New York, Routledge, 1998.

SYME, Ronald. Imperator Caesar: A Study in Nomenclature. Historia: Zeitschrift für Alte Geschichte, Bd. 7, H. 2, Apr., 1958, p. 172-188.

TALBERT, Richard J. A. Augustus and the Senate. Greece & Rome, Second Series, Vol. 31, No. 1, Apr., 1984, p. 55-63.

TAYLOR, David. Roman Society. London, Bristol Classical Press, 1997.

TORRINHA. Francisco. Dicionário Latino-Português. Porto- Port., Edições Marânus, 1945.

VEYNE, Paul. O Império Greco-Romano. Rio de Janeiro, Ed. Elsevier, 2009.

WILKINSON, Sam. Republicanism during the early Roman Empire. London: Continuum International Publishing Group, 2012.

WINTERLING, Aloys. Politics and Society in Imperial Rome. Oxford, Wiley-Blackwell, 2009.

Downloads

Publicado

2019-08-11

Como Citar

Campos, C. E. da C. (2019). O princeps Otávio Augusto e a sua trajetória no poder romano: considerações sobre suas funções no consulado e no senado (I AEC – IEC). Revista Diálogos Mediterrânicos, (16), 5–21. https://doi.org/10.24858/339